Há menos de 20 dias, a professora Isabel de Sousa Alves, de 48 anos, procurou a delegacia de Itaporanga para denunciar que estava sendo ameaçada pelo próprio marido, de quem estava separada. Aflita e chorosa, dizia que, a qualquer momento, poderia ser morta pelo companheiro. Diante das circunstâncias conflituosas e difíceis na relação conjugal, principalmente depois que ele escreveu uma carta em que demonstrava não aceitar a separação, dizendo que a mataria e, em seguida,cometeria suicídio, a professora previu a própria morte em relatos dentro da delegacia. Ele terminou cumprindo a risca o que escreveu na carta.
No começo da manhã desta terça-feira, 29, quando iniciava o expediente na creche municipal Edite Fonseca, da qual era diretora, Isabel foi surpreendida com o marido no interior do imóvel, que fica na Rua Manoel Caiana. Com uma arma de fogo em punho e portando ainda uma faca, Antônio Alves Filho, de 50 anos, matou a esposa e, depois, tirou sua própria vida. Os dois corpos caíram juntos e emborcados na sala de recreação da creche, que está no períodode recesso. Além do casal, somente uma funcionária encontrava-se no prédio, e deixou o local após o fato, segundo informações preliminares.
Cápsulas deflagradas de balas e uma faca ensanguentada ficaram na cena do crime, mas somente o trabalho pericial e o exame cadavérico dos dois corpos, que será realizado em Patos, vão esclarecer as circunstâncias do fato e como se deu a utilização da arma de fogo e a arma branca. Ainda não há informação, também, sobre como ele entrou no local, que estava fechado.
Segundo informações de pessoas próximas, o casal tinha uma relação conflituosa há muito tempo, mas só recentemente se separaram. Ele era motorista da Prefeitura de Itaporanga, enquanto Isabel atuava como professora da escola estadual Chagas Soares e passou a dirigir a creche na atual gestão municipal. O casal deixa duas filhas, uma de 16, concluinte do ensino médio no Ginásio Diocesano, e a outra de 21 anos, que, recentemente, formou-se em fisioterapia. As jovens ficaram muito abaladas emocionalmente e estão acolhidas na casa de familiares.
Mesmo depois da separação, a professora continuou residindo com as filhas na Avenida Padre Lourenço. Figura muito querida, conhecida e competente, a morte da professora Isabel deixa uma grande lacuna na educação de Itaporanga. Ela não tinha pai, mas sua mãe ainda é viva, apesar de idosa e doente. Deixa também um casal de irmãos.
Com relação a Antônio Filho, ele era o presidente do PSB municipal e há cerca de três décadas residia na cidade, mas era natural do município de Sousa. Ainda não há informação sobre o dia e horário do sepultamento do casal.
Folha do Vale e Portal do Vale
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