Por Redação da Folha – Um canal a céu aberto que mede quase meio quilometro e acumula água de chuva e esgoto pode ser um dos principiais focos de reprodução do mosquito aedes aegypti, responsável por uma epidemia que atingiu milhares de pessoas em Itaporanga e já provocou seis óbitos. A água canalizada é praticamente inerte, flui muito lentamente, o que pode facilitar a reprodução.
O canal, denominado de Xique-Xique, corta a cidade e suas margens são tomadas por mato, entulhos e lixo, onde é possível, igualmente, haver focos. Há muitas casas também na área. Quase todos os moradores da Marta Batista de Moura, uma das ruas próximas ao escoadouro, já adoeceram por causa da virose transmitida pelo mosquito. “Aqui são contados nos dedos os que não pegaram dengue ou chikungunya”, lamentou uma moradora. “Tem um casal que mora ali, mais perto do canal, que está internado em Piancó e a situação é grave”, comentou outra moradora.
Além da fedentina, os moradores têm que conviver com a ameaça das doenças virais transmitidas pelo aedes. Há mais de três anos, a fundação humanitária José Francisco de Sousa organizou um abaixo-assinado junto aos moradores pedindo à Prefeitura e ao Ministério Público a cobertura do canal, mas nenhuma providência foi tomada. “Esse povo fica nos rádios e fazendo passeata na rua dizendo que estão combatendo o mosquito, mas não olha uma situação dessa aqui”, disse revoltado um morador. Como constatou a Folha na manhã desta quinta-feira, há uma atividade biológica intensa na água do canal, inclusive com a presença de larvas, mas não se sabe se de mosquito. Fotos: a água dentro do canal e os entulhos e matos ao seu redor podem estar contribuindo com a proliferação do mosquito aedes.
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