terça-feira, 19 de janeiro de 2016

19 de janeiro - Aconteceu em Itaporanga


No dia 19 de janeiro de 1995, a cidade comoveu-se com o falecimento do homem que muito contribuiu para o engrandecimento de Itaporanga. Deixou para a cidade um grande legado: “Fora da caridade não há salvação”. Falo aqui de José Basílio.

José Basílio Alves nasceu no dia 16 de dezembro de 1916, na cidade de Conceição, filho do casal Manoel Basílio Alves e Aurora Alves Neves. Ainda jovem, fixou residência em Itaporanga, casando-se com Maria Francisca Alves, cujo matrimônio teve como fruto seis filhos, criando apenas Herminegilda Alves Costa e Eriogenil Alves. Pouco letrado, José Basílio cursou apenas a primeira série do ensino primário, na Escola do professor Deoceciano Neves, mas seu contato com a “escola da vida” e a busca do saber pelo próprio esforço e dedicação fez com que José Basílio se tomasse um homem de cultura invejável e um grande conhecedor do Direito Civil e dos ensinamentos de Alan Kardec. 

Foi o primeiro no comércio ambulante, em Misericórdia, comprando pão e revendendo ou trocando por ovos e garrafas. Praticava o verdadeiro escambo. A mercadoria, adquirida, no comércio, era transportada em lombos de burros para Campina Grande, onde era feita a venda e a compra de outros produtos. Entre os produtos adquiridos, predominavam os cereais que eram “retalhados” em sua própria residência. Além da atividade comercial, exercia outras atividades paralelas, destacando-se como barbeiro e cambista. Tempos depois, abriu uma padaria, onde atualmente funciona a agência do Multibank. Em seguida, instalou uma “bodega” na sua residência, na Rua Argemiro de Figueiredo e, juntamente com Chico Pinto e Arizinho, tornou-se o comerciante de Itaporanga, no ramo de “bodegas”. 


Nomeado funcionário público estadual, exerceu a função de Carcereiro na Cadeia Pública Municipal, onde dispunha de grande prestigio dos apenados. Para os condenados, José Basílio era o “Pai da Caridade”, pelo tratamento que dava aos presos de outras cidades, que, distante da família, não tinham comida, roupas e, muitas vezes, redes e lençóis, e José Basílio, com o próprio esforço e sustentado na mensagem “é dando que se recebe”, conseguia aos poucos amenizar o castigo dos que pagavam pelas suas injustiças. 

Pela sua dedicação ao trabalho e pela maneira corajosa e independente de lutar em defesa dos manos favorecidos, foi nomeado Defensor Público, cognominado de “Advogado dos Pobres”. Muita audácia e coragem para um homem pouco letrado, José Basílio defendia a tese de que “o homem conhecendo a si, conhecia o mundo” e assumiu a função com grande convicção e predestinado a defender àqueles que a sociedade colocavam à margem da humanidade. Viajou a Campina Grande e, com recursos próprios, adquiriu o Código Civil Brasileiro, o Código Penal Brasileiro e outros livros jurídicos...

do Livro Polidores da Pedra
Paulo Rainério Brasilino

Na sessão do dia 19 de janeiro de 2000, a Câmara criou a “Comissão Especial de Inquérito”, com o objetivo de apurar denúncias de irregularidades nas “Frentes Produtivas de Trabalho” do Município de Itaporanga, constituída dos Vereadores: Dr. José Valeriano da Fonseca (Presidente), Francisco Saulo da Silva, João Pereira de Sousa, Jarilene Gonçalves de Brito e Antônio de Lisboa Arruda Silva (substituído por Antônio Caetano da Silva).

www.portaldovale.net

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