Policiais da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF)
prenderam, na tarde de quinta-feira (21), Elen Cristina Curi Ferreira,
23 anos, ex-namorada de Felipe Lavina e suspeita de ter planejado o
assassinato dele em outubro de 2015, em Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense. Outro suspeito, identificado como Luigi Sirino dos Santos,
também participou do crime e foi preso no mesmo dia.
Segundo o delegado Giniton Moraes, da DHBF, Elen Cristina foi quem
informou sobre o dinheiro que estava no cofre da casa de Felipe e quem
deixou a casa aberta para facilitar o crime.
“A conclusão do inquérito policial dá conta de que o crime foi
previamente elaborado por Elen, que foi até um dos autores do crime –
agora falecido, Marlon, também conhecido como “Semente” – levou até ele
informações privilegiadas de que dentro da casa da vítima havia uma
quantia determinada de dinheiro. A partir do momento em que ele teve
essa informação, ele cotou outros participantes, entre eles o Luigi”,
explicou o delegado.
Os suspeitos de envolvimento no crime foram identificados como:
Marlos Paranhos da Silva, vulgo “semente”, morto por traficantes em 29
de outubro de 2015, que foi quem puxou o gatilho e atirou em Felipe; um
adolescente de 17 anos, que já está preso desde outubro e foi quem
informou a participação de Elen à Polícia; Luigi Sirino dos Santos, de
20 anos, preso na quinta-feira junto com Elen; e um outro suspeito que
também foi morto por traficantes, mas que ainda não teve a identificação
civil descoberta pela polícia.
Segundo a Divisão de Homicídios, durante o assalto, os quatro
suspeitos usavam capuz, mas, em um determinado momento Semente tirou o
capuz e foi identificado pela vítima, já que a avó do traficante morava
na mesma rua de Felipe e o suspeito frequentemente aparecia por lá.
“Quando a vítima o reconhece, ele não tem outra – segundo o ponto de
vista dele, criminoso – saída senão eliminar a vítima temendo que, em
qualquer investigação posterior, a vítima pudesse identificá-lo”, disse
Giniton.
De acordo com o delegado, a morte dos dois suspeitos que participaram
no crime pode ter sido uma represália dos traficantes e seria uma
“queima de arquivo”. Elen foi localizada no apartamento de sua tia, na
Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Já Luigi estava
no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu. Em seu depoimento, Elen negou
ter participado do crime.
Os dois suspeitos já haviam sido detidos duas semanas após o crime,
mas ela foi liberada há cerca de um mês, após conseguir um habeas
corpus. Luigi teve a prisão temporária expirada e também estava em
liberdade.
À mãe de Felipe, dona Rita de Cássia da Silva, ela teria dito pouco
depois da morte do namorado. “Tia, não fica assim não. A Justiça será
feita”, como revelou Rita na época.
Inicialmente, as investigações apontavam para um sequestro do qual
Elen também teria sido vítima e de roubo seguido de morte. Elen dizia
que o casal dormia quando teve a casa invadida, antes de serem levados
no carro da vítima junto com joias, celulares e uma quantia em dinheiro.
A polícia obteve informações do suposto plano depois que um
adolescente que teria participado do crime se entregou à polícia.
Durante as investigações, foram ouvidos parentes do traficante “semente”
e, de acordo com a polícia, eles revelaram que Elen teria encontrado
com o suspeito dois dias antes do ocorrido.
Ainda de acordo com a polícia, a motivação para o crime era o
interesse de roubar o dinheiro para levantar o tráfico na Favela da
Chatuba. Inicialmente, Elen teria informado ao traficante que a quantia
guardada no cofre era de R$ 300 mil, mas, na verdade, o valor encontrado
no dia foi de R$ 10 mil. O valor seria utilizado para pagar
funcionários da academia.
Mãe diz que confiava na nora
Mãe de Felipe, Rita de Cássia, afirma que tinha uma boa relação com a
“nora”. Ela, que cozinhava para o filho, costumava chamar Elen para
acompanhá-lo nas refeições. “Eu tinha confiança nela. É muito triste.
Para mim estava tudo em paz. Isso não vai ficar impune”, diz.
Assassinato
O empresário foi assassinado a tiros no dia 26 de outubro. Segundo a
polícia, não havia sinais de arrombamento na casa e os suspeitos estavam
em busca de um cofre onde o dinheiro roubado estava guardado. Além dos
R$ 10 mil, os ladrões levaram roupas e celulares.
O casal foi colocado no carro do irmão de Felipe e levado até Nova
Iguaçu, também na Baixada. Os ladrões andaram cerca de 3 km com o casal e
pediram para que eles descessem do carro.
Quando o empresário morreu, amigos de Elen lamentaram o crime no
Facebook, comentando uma foto do casal. Nesta quinta, familiares do
rapaz postaram comentários na mesma foto, com acusações à jovem.
“Destruiu os sonhos do meu sobrinho sua cachorra”, disse uma mulher que
se identificou como tia de Felipe.
Globo
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